Porto, 19 Out (Lusa) - A administração da Glovar, empresa de calçado da Investvar, disse hoje à Lusa que "os trabalhadores não estão a trabalhar por falta de encomendas", acrescentando que "a produção deve ser retomada até ao final da semana".
Em declarações à Lusa, fonte da empresa afirmou que os cerca de 120 funcionários estão a cumprir horário na empresa, mas não estão a trabalhar por "falta de encomendas" afectas àquela unidade fabril do grupo Investvar, em Castelo de Paiva.
Na passada segunda-feira, os trabalhadores da Glovar foram dispensados, por cinco dias, tendo a administração do grupo justificado a paragem como "um processo de rotina quando se muda de colecção".
No entanto, "hoje a situação mantêm-se inalterada", afirmou, à Lusa, Fernanda Moreira, do Sindicato do Calçado de Aveiro.
"Os trabalhadores apresentaram-se ao serviço, mas não tinham nada para fazer", o que, acrescentou, "vem reforçar os receios de fecho da fábrica" que, de acordo com o plano de viabilização da Investvar, será vendida.
O plano de viabilização do grupo prevê também a alienação da Ilpe Ibérica, a fábrica de solas, sedeada em Castelo de Paiva.
O presidente da Investvar, nomeado pelo Governo, acredita que ao longo desta semana vai haver avanços em relação ao futuro da Investvar, a maior empresa portuguesa de calçado, com três unidades de produção em Portugal - em Esmoriz e Castelo de Paiva - e uma na Índia.
Para agendar a assembleia-geral decisiva com os accionistas, os bancos credores têm que chegar a acordo para a reestruturação financeira, que prevê a conversão de 75 por cento da dívida à banca, no valor de 40 milhões de euros, em acções da empresa.
Com esta conversão do crédito em capital, o grupo Investvar vai ser dividido em duas empresas autónomas: uma comercial, que será propriedade da banca e do Estado, através da Inovcapital e da AICEP, e uma com vocação industrial, que será liderada por Artur Duarte, o fundador e accionista da Investvar.